O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em recente discurso na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Sorocaba, São Paulo, abordou a questão dos impostos sobre herança no Brasil, comparando-os com os praticados nos Estados Unidos. A declaração, que gerou considerável repercussão, reflete a visão do presidente sobre a necessidade de uma reforma tributária mais justa e equitativa, especialmente em relação à taxação de grandes fortunas e heranças.
Imposto sobre Herança no Brasil
Atualmente, no Brasil, o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) é o tributo que incide sobre heranças e doações. Este imposto é de competência estadual, e suas alíquotas variam de acordo com cada unidade federativa, mas geralmente situam-se entre 4% e 8%. Essa variação gera um cenário desigual, onde contribuintes de estados com alíquotas menores acabam pagando menos imposto sobre heranças comparado a outros estados com alíquotas mais elevadas.
Durante seu discurso, Lula enfatizou que o imposto sobre herança no Brasil é significativamente baixo em comparação com outros países, particularmente os Estados Unidos. Ele argumentou que esta discrepância contribui para a perpetuação da desigualdade social e econômica no país. Segundo o presidente, uma reforma que aumente as alíquotas do ITCMD poderia ser um passo importante para reduzir essas desigualdades, garantindo que os mais ricos contribuam de forma mais justa para o financiamento de políticas públicas.
Justiça Social e Econômica
A argumentação do presidente Lula se baseia em princípios de justiça social e econômica. Ele defende que uma alíquota mais alta para o ITCMD no Brasil poderia gerar receitas significativas para o governo, que poderiam ser investidas em educação, saúde e infraestrutura, beneficiando a população como um todo. Além disso, ao tornar a tributação mais progressiva, o Brasil poderia reduzir a concentração de riqueza, promovendo uma distribuição mais equitativa dos recursos.
Lula também mencionou que, para implementar uma reforma desse tipo, seria necessária uma coordenação entre os estados e o governo federal, além de um debate amplo e transparente com a sociedade. Ele reconhece que a mudança na estrutura tributária enfrentaria resistência de setores mais ricos, mas acredita que o apoio popular e o entendimento da importância dessa reforma para o desenvolvimento do país seriam cruciais para sua aprovação.
A fala de Lula na UFSCar reflete um compromisso com a reforma tributária e a busca por maior justiça social e econômica no Brasil. Ao comparar o sistema tributário brasileiro com o americano, ele enfatiza a necessidade de um imposto sobre herança mais robusto e progressivo, que possa contribuir para a redução das desigualdades e a construção de uma sociedade mais justa.
Essa proposta de aumento do ITCMD, embora controversa, é vista por Lula como um passo essencial para o Brasil. Ao garantir que os mais ricos paguem uma parte justa de seus ganhos herdados, o país pode avançar em direção a um futuro onde os benefícios do crescimento econômico sejam mais amplamente compartilhados entre todos os cidadãos.
Comparação com os Estados Unidos
Nos Estados Unidos, os impostos sobre herança e espólio variam significativamente de estado para estado, e as isenções dependem muito do relacionamento do herdeiro com o falecido. Alguns estados têm políticas específicas que isentam certos herdeiros de pagar impostos sobre herança.
Impostos sobre Herança em Cinco Estados
Iowa
Iowa impõe um imposto sobre herança, mas cônjuges e descendentes diretos (filhos, netos) são isentos. Se a herança for deixada a parentes mais distantes ou não parentes, as taxas podem variar de 5% a 15% .
Kentucky
Em Kentucky, cônjuges e descendentes diretos são isentos de impostos sobre herança. No entanto, irmãos, sobrinhos, e sobrinhas pagam uma taxa que varia de 4% a 16%, dependendo do valor herdado .
Nebraska
Nebraska tem um imposto sobre herança que isenta cônjuges e descendentes diretos. Outros herdeiros, como irmãos, tios e primos, podem enfrentar taxas de 1% a 18%, dependendo do grau de parentesco e do valor da herança .
New Jersey
New Jersey isenta cônjuges, descendentes diretos e organizações de caridade do imposto sobre herança. Outros beneficiários, como irmãos e amigos, podem pagar taxas de até 16% .
Pennsylvania
Em Pennsylvania, cônjuges e descendentes diretos são isentos de impostos sobre herança. Heranças deixadas a irmãos são tributadas em 12%, enquanto outras pessoas não relacionadas podem pagar até 15% .
Isenções e Taxas de Imposto
Embora a taxa federal de imposto sobre espólio possa chegar a 40%, isso se aplica apenas a patrimônios que excedem um limite de isenção bastante alto (atualmente acima de $12 milhões). É um exagero generalizar que essa taxa é aplicada a todas as heranças nos Estados Unidos. Além disso, muitas heranças não são tributadas devido às isenções baseadas na afinidade do herdeiro com o falecido.
Nos Estados Unidos existe uma isenção significativa sobre o imposto de herança. Em 2023, as heranças estão isentas de tributação até aproximadamente US$ 12,92 milhões por indivíduo o que equivale em reais a R$ 73.366254,00 por pessoa. Para casais, o valor de isenção é o dobro, cerca de US$ 25,84 milhões convertendo esse valor é aproximadamente R$ 142.120.000,00. Isso significa que apenas os valores que excedem esses limites estão sujeitos ao estate tax, que possui alíquotas que podem chegar até 40%.
Tributação em Nível Estadual
Os estados americanos possuem seus próprios impostos sobre espólio ou herança, além do imposto federal. Isso ocorre porque o imposto de renda no país já é alto e os estados procuram outras formas de financiamento. O imposto sobre herança e espólio é uma maneira de os estados capturarem receita de grandes transferências de riqueza, que não foram tributadas durante a vida do falecido. Portanto, o patrimônio é tributado no momento da transmissão, contribuindo para o financiamento estatal.
Grande absurdo! Sem mais comentários…
Bronca! Tem que reiniciar o Brasil.
Meu Deus, que absurdo! Meus País está uma bagunça. Criar um imposto alegando que vai gerar receitas significativas para o Governo, para que este possa investir em educação, saúde e infraestrutura, beneficiando a população como um todo? Pura balela!
Esse é o preço da falta de conhecimento de um povo. Infelizmente todos pagam!
Deixe-me ver se entendi direito:
Os Estados Unidos (que nunca foi modelo para a esquerda), “pode” (não necessariamente), taxar em “até” 40% o imposto de transmissão sobre as grandes heranças (dependendo de grau de parentesco, etc), e isso só se aplica se o cidadão exceder o limite de cerca de $12.000.000,00 (doze milhões), no entanto o Estado brasileiro, já inchado de benefícios embolsados na karadura” representado ora pelo rei dos jeitinhos, cujos patrimônios milionários são sempre “de um amigo”, esse Estado caótico brasileiro, pensa em azeitar a máquina de destruição que trucida diariamente cidadãos já com economia oscilante em queda livre? É isso mesmo?
Para mim está claro que ele anda ventilando a ideia, para verificar a reação dos três grupos (os que se importam, os alienados e os que não compreendem) que compõem a fauna social brasileira.
Complicado…